"Selos Recebidos"

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Aquecimento Global




Como sou pequeno, insignificante e egoísta
Tão preocupado com minha dor que não notei meu dia a dia

Sempre gostei de ter a luz do Sol aquecendo minha pele
Tal como fez aos meus pensamentos
E de tão preocupado com minha dor
Não notei que o mesmo Sol que antes aquecia hoje me fere.

Por quantas vezes, deixei com que uma chuva de verão lavasse minha alma
E levasse consigo amargos pensamentos
E hoje a chuva que antes dava alento, traz apenas desespero

A neve sempre branca e cristalina
Fonte inspiradora de cantos e versos
Hoje diluída, dissipada
Simplesmente deixando de existir

Mesmo a Lua que fora testemunha de declarações
Hoje mal enxergamos
Pois esta coberta pelas criações do homem

Onde estava com a cabeça?
Por onde se divagaram meus pensamentos
Se o solo que sempre fora minha morada
Não atendi quando me pediu atenção

O ser humano clama por amor
Mas ouso dizer que o Planeta hoje chora por ele
Este mesmo amor dedicado de forma imensurável a outrem
Também é o amor que o Planeta anseia em ter

Meu sonho é estar a escrever sob a sombra de uma árvore
Entoando palavras de amor enquanto vivo a velhice
Mas temo não poder realizar
Pois a cada dia uma sombra mais deixa de nos prestigiar


Peço seu perdão
Pois tenho saudade das chuvas de verão
Que ao invés de destruir
Criava em cada um uma vontade a mais de existir.

09/12/09                                                              By: Hamilton H. Kubo

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"A Peça de nossas Vidas"


Posso estar rodeado de pessoas, rostos estranhos em meio a inúmeros pensamentos.
Oportunidade para conversar, discutir gargalhar ou ate mesmo conhecer novas pessoas. Enfim, um mar repleto de chances das mais variadas formas.
No entanto, a mente oscila e busca compreender o que já se passou.
Então, mesmo estando diante de um mar, me sinto preso a uma ilha.
Revejo a peça de nossas vidas passando diante dos meus olhos, e continuo sentado assistindo a esta peça cujo final não entendo.
Sei que o fim desta peça já foi definido e que nada posso fazer para mudá-lo, então por que minha mente continua reprisando este espetáculo que findou um sonho?
Como se desencarnado fosse posto a viver em uma espécie de purgatório.
Onde parece necessário viver e reviver sentimentos que apenas nos afligem a alma.
Sei que não posso permitir que tal espetáculo finde também a ânsia de viver.
Portanto preciso me libertar, tirar esta peça de cartaz de uma vez por todas.
Vou permitir que o mar desapareça com esta ilha, pois sei que não mais retornará a esta morada que me ajudou a construir.
Queimar todo este roteiro que me ajudou a escrever, e reescrever a peça de minha vida.
E nesta nova peça não existirão atores principais, nem locais especiais.
Apenas um monólogo.
Onde narrarei meus passos errantes.
Sonhos e conquistas de passos solitários.

Caminhando por esta vida lhe encontrei
Pediu-me que lhe estendesse a mão
Relutei...
Mas diante de seus olhos revelou-se minha fraqueza
Acreditei em suas verdades
E a mão enfim lhe entreguei
Quando pode se sustentar
Minha mão abandonou
E por fim me deixou.
E aquela verdade a qual me entreguei
Em verdade jamais existiu.
07/12/2009              By: Hamilton H. Kubo


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