"Se me lembro bem, não sofrer por amor foi o que me prometi.
Um erro hediondo, hoje sabendo que por amor foi que vivi."
Me permito divagar...
Se me lembro bem o beijo ocorreu ante um olhar.
Os lábios se tocaram e foi de uma maneira assim peculiar.
Uma mistura entre o ofegante e a calma de se estar onde esta.
Não estou me vangloriando em mentiras, visto que de mentiras prometemo-nos nossos laços não criar.
Foi assim ofegante e calmo, uma mistura que palavra alguma irá definir tampouco interpretar.
Aos abraços como se fossemos velhos amigos, em um cumprimento sincero exaltar, fomos cúmplices de nossos atos e no amor criamos nosso altar.
Estranho relembrar de todo o passado, dos abraços, afagos, dos braços entrelaçados do suor estampado em corpos que certamente foram e estiveram sendo amados.
Estranho trabalhar esta curta memória, que ao mesmo tempo de tão curta parecer-me tão eterna, tenra e agora apenas perda.
Estranho falar do que me fora, se não me fora nada e agora me parece tudo.
Não fizemos promessas capciosas, não planejamos futuros absurdos, apenas tínhamos um ao outro, e isso se bastava.
Prometemos apenas que a palavra seria sincera em todos os casos, que seria real não importassem os fatos.
(suspiros)...
Tomei-me em consciência , sei que escrevi muitas vezes a esmo, reflexo da ausência não querida, da perda não desejada.
Hoje me tomei por um rompante, e me lembrei de seu semblante.
E me custa crer, que a partida era mesmo o desejo de seu ser.
Pois quem quer abandonar, não se despede em desculpas descabidas.
Apenas diz adeus, mesmo que este seja em silêncio e sai aos passos em batidas.
Sai sem olhar para trás, fecha a porta e faz do amor algo fugaz.
E contigo nada disso fora parecido.
E lhe pergunto em sincero.
Foram sinceras vossas palavras?
Ou quisera amenizar um estrago ao qual sabia ser inevitável?
Não me responda, se cale.
Diga-me com os olhos, que não me amou, tampouco gostou.
Diga-me da mesma forma como disse em seus olhos me amar.
querer ficar, permanecer e comigo estar...
Se fores capaz de me olhar nos olhos e sem palavras me fazer acreditar.
Talvez assim estanque este desejo que me definha por dentro de ainda teimar em lhe amar...
(suspiros)...
"Cabisbaixo, desisto dos teclados. Suspiro por certo, em saber que deste escrito jamais terei uma resposta"
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