"Selos Recebidos"

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"Prisioneiro"




O vazio me preenche.
Me faz inteiro não sendo metade.
O sono me desperta.
Tira me do leito e a alma espeta.


Sou pego em flagrante por ninguém.
Sou julgado e sentenciado prisioneiro de quem?
Fui eu o condenado, e fui eu quem a mim condenou.
Estou preso em liberdade mas a alma se cansou.


Respiro o ar mais puro, e sinto falta do próprio ar.
Me dispo sob a chuva, e sinto sede mesmo tendo o mar.
A prisão que me fecha não possui grades.
Tampouco janelas ou pilares.


Estou preso em mim mesmo.
Vivencio a vida como se fosse a esmo.
Sinto falta de uma tal liberdade
Pois sei que minha corrente se chama saudade.



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