"Selos Recebidos"

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

"Conversa de Trovadores"


Direito de Imagem - Mariana Rocha Site: Mariana Rocha | Fotógrafa.


Trovador I.
 - Caríssimo e estimado amigo de longa data, devo-lhe dizer.
 - Fora eu em idade já madura, acometido por uma doce donzela e sua bela candura.

Trovador II.
- Mas que mais bela notícia me traz, nobre amigo.
- Mais bela ainda por trazer de volta vossa presença tão querida e saudosa.
- Dizei-me quem és dona deste coração que outrora fora encouraçado, que donzela és esta que o faz poetizar a própria fala.
- Mas espere, de vossos lábios jorram palavras de afeto, mas em seus olhos vejo uma tristeza ancorada e pelo que vejo vem de recente data.

Trovador I.
- Sim meu caro, de meus lábios entornam palavras de amor...  
...Mas por estes olhos meus, enuncia-se também uma dor.
- Fora sim bela donzela, que ainda me toma o olhar, tão singela que de certo causa em meu peito adocicado ardor. Seus olhos, brilham ao meu ver, seus pequenos lábios vezes sorriem sem querer e neles me perco em pensamentos deste profundo querer.

Trovador II.
- Tão belo é este seu querer meu nobre trovador, mas que fazes aqui a titubear em minha presença se poder se ia estar a declarar tal devoto amor à presença desta doce menina?
- Não deveria estar a cortejar e segurar te a mão, enquanto deixas jorrar de vossos lábios um amor tão benquisto?

Trovador I.
- Dever se ia, meu estimado ouvinte. Já dizeis deste amor, já lhe segurei também a mão.
- Por vezes, pensei estar a segurar também vosso coração. Mas uma couraça rígida ainda se faz presente.
- E desta couraça amigo meu, apenas uma pequena brecha me permitiu aproximar, não fosse ela teria me dedicado ainda mais às profundezas chegar.
- Mas digo-lhe em verdade que nada do que nos acontece, se provem de simples acaso.
- Carregarei tal doce donzela em meus mais sinceros intentos, e quando a hora for devida, o amor a fara docemente acolhida.

Trovador II.
- Estimado trovador, não sereis de favor que lhe ouço, pois não estais a conversar.
- Seu amor se tornará cântico, e sinto-me lisonjeado por ter sido o primeiro a degustar.
- Nobre és teu coração, tão nobre assim o seu amor. Tens por deveras toda razão, longe de ser um simples acaso, mas sim de um amor verdadeiro que desmerece o descaso.
- Por sim, cante aos quatro ventos, pois estou certo de que um deles depositará em tal coração seu tão belo intento.
- Agora e por hora nos silenciemos, vamos então degustar a canção dos ventos, e também dos pássaros que nos rodeiam.
- Pois como a ti meu caro amigo, cantam e cortejam o amor de uma companheira....


H²K

6 comentários:

  1. O colóquio, de certa forma, é claro e positivo, sendo assim genuíno na forma do corpo contextual. É de uma construção deveras interessante, quando rimas assim infundidas são bem colocadas.

    Nao digo-te que tens criatividade, porque isso seria como uma facada nas costas; digo-lhe: "Avance na vocação!"

    Grande abraço.

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  2. Olá Hamilton
    Com certeza, essa donzela não resistirá a sua corte, tão singela e verdadeira.
    Abração

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  3. Hamilton, uma conversa poética e com tema sempre atual, o sentimento. Interessante o estilo que usou. Uma prosa versada. Parabéns! Bjs.

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  4. Oi,Hamilton!Esperamos que o coração dessa donzela amoleça e ela se entregue as maravilhas do amor.
    Beijosss

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  5. Uau, Hamilton!

    Você sempre surpreende.

    Tens muito mais que vocação, em seus versos, o que vejo, é puro talento.


    Beijos meus.

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  6. Olá Hamilton,
    me perdoe por estar te respondendo somente agora… há tempos que não atualizo meu blog.
    É muito gratificante saber que artistas como você apreciam meu trabalho.
    Fique a vontade para utilizá-las em seus pensamentos.
    Sua página é um encanto!
    Agradeço imensamente pela consideração e aos créditos dados.

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