Era um rapaz muito bem criado
Seguia a risca ensinamentos de seu antepassado
Estudava com bastante afinco
Sabia que do fracasso jamais queria vinco
No trabalho sempre profissional esforçado
Não encontrava em diversão predicado
Aos finais de semana seu hobby ainda o estudo
Deitava cedo e todos os apelidaram "o sisudo"
O pouco que conhecia sobre amor ou paixão
Conheceu em contos ou filmes de sua criação
Mamãe sempre dizia que para o filho querido
Uma qualquer não lhe cuidaria, e isso não faria sentido
Assim idealizou a mulher que queria
Que tudo faria sem pestanejar e sem ironia
A mulher teria que ser completamente idônea
Vinda de família bem estruturada sem lhe causar vergonha
Assim os anos foram passando
E junto com eles muitas pretendentes descartando
Ou era pouco educada
Ou pelo "desleixo" a ele não se encaixava
Não tinha muitos amigos
Por isso sobrava-te tempo aos livros
Pensava em quão difícil se tornara sua vida
Sem uma parceira para acompanhar-te a lida
Lembrou de quantos corações havia partido
De quantas sonhadoras havia se desfeito
Procurou em livros sobre a conquista
A mulher certa segundo sua mente idealista
Mas tudo o que lia alimentava sua ideologia
Os casais eram perfeitos e viviam em harmonia
Até que num belo dia, encontrou um senhor
Na praça sozinho sentado, em seus olhos dor
Não sabe dizer o que naquele senhor lhe atentou
Mas quis se aproximar e ao teu lado se sentou
Perguntou sobre seus feitos na jovialidade
Isso após longas conversas sem efetividade
Até que o senhor um tanto rebuscado se pós a falar
Logo de cara o rapaz se identificou com sua forma de se expressar
Disse lhe o senhor de olhar cabisbaixo:
Trabalhei muito em minha vida
Busquei o que se dizer-se-ia perfeita lida
Uma mulher presente e paciente
Que tivesse na vida muita idoneidade
Um trabalho pertinente a todo meu conhecimento
Não me via sentado, numa praça em puro detrimento
Joguei fora todas as chances que a vida proporcionou
Tão somente por pensar que merecia mais por ser quem sou
E aprendi a duras penas como pode ver
Sozinho calado, e o fiz por merecer
Entendia que na vida teria que ter o que merecia
O que tanto busquei pois sempre tive considerável academia
E após longa conversa o rapaz se despediu e partiu
Se colocou a pensar em todos ensinamentos e conceitos que adquiriu
Lembrou-se de sua tenra idade, e dos conselhos que ouviu
E que tudo sempre fez sentido em sua vida, foi o que concluiu
Mas viu com os olhos próprios no futuro outrem
O que a busca demasiada causou da vida doutrem
E diante desta realidade fez um catado de sua história
Revirou tudo o que já tinha vivido pela memória
E após longo tempo consigo mesmo e seu pensar
Se lamuriou por ter deixado tantos amores passar
Pois descobriu nesta noite sobre a idoneidade da mulher
Que a mulher mais idônea é aquela que ama sem nada querer
A mulher que ama com sinceridade
Não quer nada além de uma amor de verdade
Que não vê bens materiais ou a capacidade
Apenas deseja de coração, ser amada com fidelidade
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