"Selos Recebidos"

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"(Im) Prudência?"



Será mesmo prudente ser sempre sincero ao que se sente? 
Não seria talvez, mais sensato camuflar-me nas palavras ao invés de chegar a sentir de mim asco?

Molduras mais belas como contam novelas, personagens sonhados tão amadurecidos que parecem sempre ser tão claros!

Discorrer de histórias retóricas, que mesclam sonhos aos desejos, devaneios a anseios, pousadas em seio de cada sonhadora, criando assim um personagem que todos sonham.
Um elenco interminável de facetas criadas em palavras, escondidas em máscaras para acreditar nas linhas que transcrevo, ao invés de pensar em ser sincero.

Palavras, tão bem usadas que permeiam a mente desolada, criando cenários onde cantam os canários, o vento se torna brisa onde o Sol nunca se esconde dando a todos o sonhado dia ensolarado sempre agradável, de campo florido sempre perfumado.

Fazer das palavras minhas aliadas, que criam ciladas para todos que com elas deparam. Ao oposto de tê-las como meras delatoras de  sentidos que exalam em prantos, vezes em ruídos, cânticos que em formato de poesia parece ser tão polido.

São lágrimas não derramadas, são sentidos tão exaltados a forma de se deixar tão visto à vistas claras, deliberadamente desnudo em que se deixa tudo a vista, do vaso as vezes até o fundo.
Por que não criar labirintos em que se escondam os sentidos, falam tão somente os sonhos e não lampejos de uma alma?

Onde reinam histórias não vividas, personagens não condizentes meros serventes da ilusão que se cria, discorre e transcreve acredita e apetece.
Infelizmente não sei usar das palavras se não me dissolver em essência para torná-las verdadeiras. São tão honestas que vezes me incomoda, se falo do amor com exaltação é por vivê-lo e não por desejar tê-lo. Se transcrevo de lágrimas obscuras é tão somente por chorar em silêncio, mas sem derramá-las.
As dores por vezes são tão presentes, que se não passadas em escrita machuca e fere a alma.
Tal como o amor eloqüente, em que as palavras uso quando o coração é quem fala, e se não o fizer gero guerra interna por não deixar transcrito em exato o que sinto.

Penso, reflito e concluo:

... Nas palavras transcrevo o que sou, não moldo ou floreio um estado que não esteja passando, deixo nelas meus defeitos e mazelas, meu amor e vezes algumas seqüelas, não desejo parecer o que não sou, ser homem moldado ou sonhado, sou assim cheio dos defeitos mas a mim e a todos procuro apenas ser sincero.

Sucesso ou fracasso quem dirá o que é certo ou o que é errado?

Ao som de "Numb" (novamente)



6 comentários:

  1. Adorei o texto Hamilton! É isso o que acho mais bonito em quem escreve: a sinceridade de transcrever o que se passa na alma, sendo tristeza ou alegria, raiva ou amor.

    bjokitas mil :)

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  2. Sincero e verdadeiro, um bom dia Hamilton!! Beijos no coração :)

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  3. Nossa Hamilton...
    Um texto profundo e instigante!
    Eu tenho horror a máscaras...pessoas que não assumem quem são. Por mais difícil que seja ser sincera sempre, é um preço que vale à pena pagar.Sei que nem todo mundo entende, cada um tem uma maneira de pensar, respeito, o triste é que nem sempre somos respeitados...mas depois de muito tempo, me aborrecendo com isso, aprendi, que não adianta,sempre vai ter alguém que me ache estranha, ou até mesmo sonhadora demais...
    Não uso máscaras, sou o que digo(tem tanta gente que diz que é uma coisa, e faz outra...)meu marido, meus familiares já comprovaram. Quando digo algo, mesmo nos comentários nos blogs, sou sincera.Falo de coração. Claro que nunca devemos confundir sinceridade com grosseria...
    Seja sincero sempre poeta!!É a unica maneira de viver de bem consigo!!!E as poesias tem muito mais força!!
    Beijos!!

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  4. Um berro brado em sussurros,da geografia ndalma tua reportando, serei eterno neófito tuo,me ensina a ser mago nessa arte de escrever,que voce tão bem domina???

    Hugs
    Girassois
    Meu Afeto
    Retornando do estaleiro,supimpa!

    viva la vida

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  5. Quanto ao ônibus,trata-se de apropriação indébita, pois na verdade pertence à filha de Waldir Calmon,pianista,que até poucos anos atrás,ainda com a orquetra do pai,shows produzia.

    te abraço

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  6. O que de mais encantador você possui é a sinceridade, seus poemas e textos te revelam totalmente.
    Também acho impossível escrever sobre o que não sinto, palavras para mim são os gritos do coração.

    Beijinho, Hamilton!

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