"Divagando""Sem Rima nem Sentido"

Os dias passam divagando diante dos olhos.
As noites não passam despercebidas, pois corrompem o sono.
Outras tantas estações vivi, permaneci de pé e resisti.
O ciclo novamente se conclui e meu eu com vazio permaneceu.
Em troca de que me pergunto, a troco de quem me respondo!
Sim, a troco de quem respondo a mim.
É sabido por que as estações todas se transformaram em invernos incessantes.
É sabido por que as flores não mais floresceram.
É sabido por que os sonhos todos cederam.

Será mesmo tão errado acreditar?
Será mesmo tão errado sonhar?
As respostas não soam pelo ar, tampouco ecoam em algum outro lugar.
A verdade seja dita, verdade nenhuma é tão verdade se não se acredita.
Aquilo em que acredito ninguém precisa acreditar.
Aquilo que sonho, nenhum outro alguém precisa sonhar.

Pois cada qual irá dosar o sonho que quer
Da forma que melhor lhe convier.
Cada qual irá sonhar o sonho que se permitir.

Penso no desejar e não alcançar.
Em sonhar e não realizar.
Já diziam que se alcança sem esperar, que se adquire sem ansiar.
Discorrendo destas afirmações que faço eu?
Deixo de desejar, de sonhar e de buscar?
Ou deixo a ausência do que mais desejo, me transformar?
As perguntas não cessam enquanto as respostas nunca chegam.
Disfarçamos ou encantamos com sorrisos prontos.
Mas é na noite, no descanso dos corpos que a ausência se faz mais presente.
É em meu leito que o sono é profanado, é onde o olhar fica disperso diante do breu do quarto onde a mente cria seus versos.
É neste momento que a dor pergunta à razão sobre qual razão resiste.
É neste momento que a dor promete ficar enquanto este ingênuo coração acreditar.
Este é momento em que a dor desdenha e se faz presente por que o coração teima em acreditar no amar.

“There are those among us who are blessing with the power to save what is loved by another.
But powerless to use this blessing for love themselves.”


Em verdade sabemos usar as palavras para dar alento ao coração que chora.
Mas de que nos adiantam tais palavras se não nos servem quando é nosso o coração que implora.

"Talvez a saudade pelo amor permaneça

Até chegar o dia em que o próprio coração endureça."