Já não sei dedilhar sentimentos
Já não sei dos tenros momentos
Talvez, seja meramente prática
Ou talvez das sombras nova mágica
Em verdade sentimos em demasia
Por vezes, navegamos em maresia
Guiados pelo instinto não visto
Buscamos por um amor benquisto
Contudo, na prática de não praticar
Esquecemo-nos da singeleza de amar
Viciados na proteção constante
Abstemo-nos do amor em sua toante
Assim vazio tal qual seria uma canção
A orquestra que toca sem coração
Um violino afinadíssimo sem violinista
Um corpo sedento, sem alma benquista
Assim o navegante absteve-se
Deixou seu barco seguir só em frente
Observou sua triste e necessária partida
Navegante que não navega perdeu-se do Mar, sua única
amiga
Sonhador prepotente
Achava que seu seria o poente
Agora desperto em desespero
Nota que nunca teve amor sincero para seu alento
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