"Selos Recebidos"

terça-feira, 23 de julho de 2013

" Fascinação"




Fascinação

O deslumbre involuntário
O extasiar quase temerário
Um momento de hipnose
Quase que uma metamorfose

Uma transformação incompreendida
Uma sensação inexplicável e tão desmedida
Onde o tempo parece estagnar
E  a sensação se transborda ante o próprio olhar

Fascinação

Quem um dia já não se curvou a ela?
Quem nestes dias não sente a falta dela?
Aquele que um dia fora criança
Lembra e à saúda com esperança

De um dia, quem sabe poder novamente a ter
De poder novamente, com olhar inocente a ver
Crer, crescer por fim renascer

Fascinação

Pobre do homem que dela se esqueceu

Cresceu, por fim sem fascinar morreu

H²K

"Uma fração de segundos que dura uma eternidade..."
Fascinação



quinta-feira, 18 de julho de 2013

" Das armas que possuo"


Na selva de pedra onde alguns caçam
Sou inútil por não possuir armas que o façam
Sou feito olheiro em meio às brumas
Mero telespectador ali meio às escuras

Observador de olhares ocultos
Tento laçar os pensamentos desnudos
E novamente inutilmente
Pois na vida não aprendi a ler mentes

Observador que sou
Cabe a mim o que de tudo restou
A lembrança de um olhar passageiro
Que faço regresso e o relembro ligeiro

Das armas que tenho
São elas, as palavras que curam meu anseio
Um lápis e um papel
As armas que eternizam um sentimento fiel

H²K


segunda-feira, 15 de julho de 2013

"Sou..."



Sou passado, e também presente
Marcas e cicatrizes vezes eloquentes
Histórias há muito esquecidas
Outras por vezes lembrada

Sou verso que já fora escrito
Poema que já fora esquecido
Sou aresta já amputada
Fui também desejo de alma podada

Sou lembrança d’algum amor
Igualmente marca d’alguma dor
Enfim, sou um tronco marcado
Que em seu caule marca o passado

Mas mesmo assim, o céu se faz limite

Tais marcas doídas no passado
Hoje armaduras deste legado

E se o ar ainda a mim alimenta
É por ter alma quão mais sedenta

O Futuro apenas a Deus pertence

E nos prova de que nem passado sequer presente
Apagam d’alma sua sedenta sede


Sou passado, e hoje presente

Quanto ao futuro...

Que se faça ainda mais eloquente

 H²K


quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Por fim"





E por fim...

Que me remoa por dentro
Que me desfaleça por inteiro

É de um passado a que recordo
Uma passagem a qual retorno

Sou nada enfim,
Se não aprendiz de querubins

Sou nada, se não...

Uma estória de um passado
Um capítulo já rasgado

Mas é nesta página!
Já a muito rasgada

Que encontro certa paz morna!

Quem dirá talvez, 

O silêncio que este peito adorna....




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"Armadura"




Sou feito tantos e igualmente nalgum
Sou de facetas incompreensíveis
Mas quando maltratas, resta se quer algum

As palavras que entoo são sensíveis
E através delas, vejo não ser feito apenas um
Sou sentidos, e estes serão implausíveis

Portanto, não se aproxime
Deixe que a distância lhe proteja
Nem sempre branda é a palavra que se exprime

Sou assim feito muitos, e que assim o seja
Me resguardarei em robusta armadura, 
Para que enfim, a mim e somente a mim proteja

Ao fim, apenas me abandone
Não se nota, tampouco se lembra de quem não é presente
E que se restar alguma lembrança, permita que eu mesmo a profane...

H²K











quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

"Conversa de Trovadores"


Direito de Imagem - Mariana Rocha Site: Mariana Rocha | Fotógrafa.


Trovador I.
 - Caríssimo e estimado amigo de longa data, devo-lhe dizer.
 - Fora eu em idade já madura, acometido por uma doce donzela e sua bela candura.

Trovador II.
- Mas que mais bela notícia me traz, nobre amigo.
- Mais bela ainda por trazer de volta vossa presença tão querida e saudosa.
- Dizei-me quem és dona deste coração que outrora fora encouraçado, que donzela és esta que o faz poetizar a própria fala.
- Mas espere, de vossos lábios jorram palavras de afeto, mas em seus olhos vejo uma tristeza ancorada e pelo que vejo vem de recente data.

Trovador I.
- Sim meu caro, de meus lábios entornam palavras de amor...  
...Mas por estes olhos meus, enuncia-se também uma dor.
- Fora sim bela donzela, que ainda me toma o olhar, tão singela que de certo causa em meu peito adocicado ardor. Seus olhos, brilham ao meu ver, seus pequenos lábios vezes sorriem sem querer e neles me perco em pensamentos deste profundo querer.

Trovador II.
- Tão belo é este seu querer meu nobre trovador, mas que fazes aqui a titubear em minha presença se poder se ia estar a declarar tal devoto amor à presença desta doce menina?
- Não deveria estar a cortejar e segurar te a mão, enquanto deixas jorrar de vossos lábios um amor tão benquisto?

Trovador I.
- Dever se ia, meu estimado ouvinte. Já dizeis deste amor, já lhe segurei também a mão.
- Por vezes, pensei estar a segurar também vosso coração. Mas uma couraça rígida ainda se faz presente.
- E desta couraça amigo meu, apenas uma pequena brecha me permitiu aproximar, não fosse ela teria me dedicado ainda mais às profundezas chegar.
- Mas digo-lhe em verdade que nada do que nos acontece, se provem de simples acaso.
- Carregarei tal doce donzela em meus mais sinceros intentos, e quando a hora for devida, o amor a fara docemente acolhida.

Trovador II.
- Estimado trovador, não sereis de favor que lhe ouço, pois não estais a conversar.
- Seu amor se tornará cântico, e sinto-me lisonjeado por ter sido o primeiro a degustar.
- Nobre és teu coração, tão nobre assim o seu amor. Tens por deveras toda razão, longe de ser um simples acaso, mas sim de um amor verdadeiro que desmerece o descaso.
- Por sim, cante aos quatro ventos, pois estou certo de que um deles depositará em tal coração seu tão belo intento.
- Agora e por hora nos silenciemos, vamos então degustar a canção dos ventos, e também dos pássaros que nos rodeiam.
- Pois como a ti meu caro amigo, cantam e cortejam o amor de uma companheira....


H²K

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Pensamento"



Posso ser pequeno, singelo ou esvoaçante
Eloquente, quente e de requinte tocante.
Não importa como sou, mas tudo o que posso ser.
Sendo o que sou ou como sou não me permito cessar tampouco calar.
Assim, o tentar pode me transformar, e de pouco me torno muito, de nada viro tudo
Muito variado posso ser, portanto não ouse tentar me decifrar, pois também poderá temer.
Entretanto se o quiser, posso me aliar ao ser, buscar um mesmo querer.
Não me julgues sensato, tampouco demente, estou onde não me alcança me faço onipresente.
Totalmente desnudo, não tenho face, não tenho massa e por vezes nem graça.
Ostento saber, querer e caminhar, buscar, deixar ou simplesmente lembrar.
Sou seu refúgio e também seu tormento, me chamam de pensamento.

H²K

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Erro"


Eu errei e bem sei
E nestes erros muito pensarei

Erramos juntos e não notamos
Nos amamos feito loucos
E mesmo assim pouco de mim lhe dei
Assim
Nos afastamos, e apenas restaram prantos

Acertamos em termos nos aceito
Acertamos em muitos outros preceitos
Hoje mora a saudade
Um leve sorriso de sanidade

De que amei, 
E amado fui também

Um dia tudo se tornará mais claro
Algumas respostas sairão de seu gargalo

O entendimento será bem vindo
Mesmo que o tempo pareça findo

Se houve algo a nos impedir
Será desfeito e não mais irá impelir

Não deixei por falta de amor
Mas, a ambos jamais dever se ia caber a dor

H²K


sábado, 26 de janeiro de 2013

"Chove Demorado"




Chove demorado
Chove um tanto calmo
A calmaria das gotas não assusta

Mas quando as águas cessam
Nota-se o resultado, antes mesmo que se despeçam

Por onde passa, desfaz a dureza
A terra petrificada agora macia se desfaz com leveza 
Raízes a ela invadem
Dando chance à vida que renasce

Quem dera a chuva penetrasse corações
Aqueles petrificados de tantas duras emoções

E ao cessar, que restasse apenas maciez
Que regasse a carne árida e livrasse o de sua rigidez

Permitindo nova vida em sua extensão
Dilacerando dores e à alegria desse vazão

Quem dera às lágrimas regassem a alma
Ao invés de nos doer causando falsa calma

Quem dera a chuva tão calma
Purificasse o coração e libertasse a alma

Chove demorado
Chove em dia claro
Coração petrificado
Por que simplesmente não aparece 
E se permita enfim novamente ser amado

H²K




sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"...................."


"Nothing to say"

H²K




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Fases"



A vida em fases se divide
O da criança em que a vida progride
A do adolescente que de revolta à agride

São fases únicas de uma existência
Seja ela breve ou de extrema indulgência
É a vida, sempre vivida em sua urgência

Existem fases que desejamos que logo cesse
Outras que teimamos em perdurar, pois a nós apetece
Os amores que desejamos deixar no passado
Ou os amores que a eles fazemos prece

Não importa em que fase nos encontramos
Logo serão passado e delas apenas relembramos

Mas existem aquelas que não dominamos
E por mais querer que tenha, não às abandonamos

Pois este querer deixar, vem da razão
Mas quem teima e manda é o vagabundo coração.

H²K




sábado, 12 de janeiro de 2013

"Ser Estranho"




Sou ser estranho
Lembranças esculpidas em estanho

Mas como lembrar sem antes viver
Como posso lembrar sem mesmo ter

Estranho ser, estranho sonhar
Fez dos sonhos algo a relembrar

Fez da imaginação
A luz que salva da escuridão

Tanto fez sem nada ter
Tanto sonho sem antes viver

Tolo coração desolado
Que sonha te-la a seu lado

Estranho ser sonhador
Sonha sem se importar com a dor

Estranha forma de ser
Estranha forma de não perecer
Estranha a forma de sobreviver

Nada estranha a esperança de um amor re-escrever.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Abrigo"




Hoje o dia amanheceu entristecido
Anunciando a necessidade de abrigo

O Sol tampouco brilhou
Permitiu-nos tão somente o cinza tom

A branda chuva, bem se exibiu
E dos pássaros sequer um assobio

O chão todo tempo molhado
Refletia o céu que não nascera azulado

Um dia triste
Um dia que sempre existe

E tudo o que busco
É um pequeno abrigo




H²K


domingo, 6 de janeiro de 2013

"Sou Eu"





Somos se não a intensidade de um minuto

Somos se não a intensidade do momento

Somos não muito do que desejamos ser

Mas somos completos na intensidade de se viver

Na intensidade de existir

Na intensidade de um sentir

E no eterno desejo de coexistir

De se dividir

De se eternizar a simplicidade do sentir

Sou eu

Você

Somos se não, a sublimidade do nosso viver

H²K

*Com lembranças de Mato*


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